01 abril, 2010

Faro - San remo - Faro...................continuação 16


Apróximou-se e parou um pouco mais á frente. Senti-lhe, quando passou por mim uma certa crispação na cara, pousou a mota no descanso e enquanto tirava o capacete disse-me que tinha que vir mais devagar por causa do problema do travão traseiro. Eu pedi-lhe desculpa e argumentei com o facto de não ter conseguido resistir ao chamamento do alcatrão, curvas e paisagem a puxarem-me pela adrenalina que ainda foi alguma, de qualquer forma pareceu-me ter ficado um pouco chateado comigo. A questão passados cinco minutos estava sanada, batemos mais umas fotos, responde-mos com gestos de adeus a pessoal que passava nos carros e até em motos e
arrancámos para não parar mais até Barcelona. Entrámos nas suas avenidas largas por volta da seis e meia da tarde, depois de passar todas aquelas encruzilhadas de vias rápidas.
"Centro ciudad" era rumo.
A primeira coisa que fiz foi tirar o capacete tal como toda a gente que andava em motas e o Paulo fez o mesmo de seguida. Naquela altura em Espanha a lei era permissiva nesse aspecto, mas apenas dentro das localidades ou pelo menos a policia não chateava, e como é boa a sensação dos cabelos ao vento. No fundo e se tiver-mos um pouco de bom senso, todos nós sabemos do risco de uma queda numa situação do género e do que pode acontecer á moleirinha de uma pessoa, enfim riscos que corremos, ainda bem que não aconteceu nada, ali....
O centro de Barcelona são as Ramblas, de certa maneira fazem-me lembrar o jardim do centro Queluz onde morei embora num tamanho a quadriplicar comparativamente, e foi ai que chegamos eram mais ou menos sete da tarde, corremos as ruas paralelas para cima e para baixo devagarinho a observar o espéctaculo da movida no passeio central e não mais que isto, tinhamos ainda que procurar parque de campismo, fora o combinado já previamente para este dia devido á rápida delapidação da nossa bolsa de viagem á medida que o tempo ia passando.
Ficámos num parque em L'hospitalete perto do aeroporto, e assim que chegámos foi montar a tenda e ir ao super-mercado comprar o nesseçário para o jantar, de seguida tomar um bom banho de água quente.
O jantar prolongou-se até a garrafa de vinho acabar, depois apareceu a de medronho, uma tampinha para cada um e passado um quarto de hora estavamos os dois a cantar o fado dentro da tenda e a rir nos intervalos até que adormece-mos com o cansaço.
Acordei com os primeiros raios de sol a aquecer e iluminar a nossa tenda.