19 março, 2010

Faro - San remo - Faro...................continuação 15


A "perna" de Valência a Barcelona decorreu sem sobressaltos de maior, o meu cabo de embraiagem resistiu mais um dia sem sinais de querer ceder. O facto de o usar o minimo possivel e apenas em caso de ultima necessidade contribuiu em muito para o alongar da sua esperança de vida util, no caso do Paulo, foi apenas manter uma condução prudente e atenta, dando um certo espaço entre mim e ele, suficiente para poder parar em segurança caso fosse necessário.
Albuixech, Castelló de la Plana, Penhiscola foram ficando para trás e estamos agora já bem dentro da provincia da Catalunha. Em todas as povoações sobressai a bandeira amarela e rubra ás listas horizontais intercaladas que a representam. Engraçado é o dialecto catatalão que apesar da distancia parece-me assemelhar-se mais em algumas palavras ao nosso português de Portugal que ao castelhano da Espanha, ainda hoje mantenho as minhas dúvidas de como por exemplo um galego consegue entender o que diz um andaluz ou vise-versa e isto para não falar dos catalães e muito menos dos bascos, ai mais vale tentar compreender um chinês, o que seria seguramente mais fácil ou melhor ainda, fazer um curso de mimica intensivo, ou não fosse a linguagem gestual um universo.
Em L'ampolla parámos para combustivel e super-mercado por cerca de meia-hora, eu aproveitei para "espertar" um pouco a mola do meu banco que vinha com a porca de afinação um tanto quanto solta fazendo-o molejar em demasia e tornando a posição de condução algo desconfortável. A diferença foi abismal, a partir daí, as dores nos rins que já me incomodavam há algum tempo obrigando-me a mudar de posiçao de condução por imensas vezes, estavam agora a desaparecer, o banco ficou mais riginho e portanto mais confortável.
Passá-mos Tarragona por volta das quatro e meia da tarde e ainda nos faltavam apróximademente uns 90km para chegar á grande cidade da cultura Ibérica, até aqui a viagem faz-se perante uma paisagem muito bonita, numa estrada de falésia sobranceira ao mar, sinuosa mas de bom piso, a fazer-nos lembrar o troço de Sevilha até Marbella. Por momentos esqueci-me que vinha com o Paulo e começei a dar-lhe mais "gáz" e a pilotar ao invez de conduzir. Em alguns declives mais longos o ponteiro do conta kilometros ultrapassava a indicação dos 120km/h e quase encostava ao batente do inicio (0km/h), o barulho do motor passou do ruido normal das explosões para um zumbido continuo, tal era a quantidade de rotações por minuto, quem disser que uma vespa não dá pica de conduzir é porque não sabe do que fala, garanto-vos.
Quando me lembrei do Paulo e olhei para trás para tentar ver onde vinha, nada, nem sinais. Encostei á berma acendi um cigarrito e esperei, esperei, esperei............ até que, lá apareceu o Paulo no seu ritmo inalteravel dos 60kms/h.

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